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To be or not? Tutor ou Professor? Professor é tutor?

Estava relutante em abordar os temas abaixo, acho que careço de conhecimentos suficientes para palpitar com profundidade alguns assuntos em um blog, mas algumas situações nas últimas semanas me forçam a passar por cima de minha timidez bloguística.

A duas semanas atrás em uma twitter session sobre práticas pedagógicas com os colegas @eldonclayton @daisygrisolia e @filhadarosa fiz uma colocação e houve uma réplica da a@daisygrisoli que me deixou encafifado e esta transcopypaste a seguir:

  • @eldonclayton: Por que é tão difícil a escola (leia-se: professores) aceitar e incorporar as TICs e Redes sociais no fazer pedagógico?
    eu leria “escola – estrutura política- e professores” pois nossa atuação docente depende  em maior ou menor escala da escola + do que do professor
  • @eldonclayton: Exatamente @daisygrisolia… As escolas precisam de Professor 2.0 – acredito q o diagnostico e capacitação são indispensáveis!
  • @btrautwein: @eldonclayton @DaisyGrisolia: @filhadarosa #eadsunday mudanças nas práticas devem começar com mudanças significativas nas políticas, senão … continuaremos a viver de práticas inovadoras isoladas e de propaganda enganosa
  • @daisygrisolia: @btrautwein #eadsunday só acredito em políticas públicas, articuladas pelos cidadãos – não perco mais tempo com política de governo.

Mas as políticas públicas são definidas pelos políticos (teoricamente orientados por técnicos que fazem parte daquilo que chamamos sociedade, ou cidadãos, que por sinal elegem os políticos). E isto ficou martelando em minha cabeça .

Para piorar vem o @joaomattar com o I Encontro Nacional de Tutores da EaD (ENTEAD se colocar um O ao final, caimos em um paralelo interessante: professor = filho, tutor = enteado, deveriam ser tratados iguais, mas na maioria das vezes não o são).

E na segunda e terça seguintes (07 e 08/02) leio noticias sobre educação no Jornal de Catarina (impresso para que eu não me transforme em um ser essencialmente digital) e me deparo com perólas  sobre a situação da educação no estado de SC, que com certeza se repetem em menor e maior escala em todas as unidades da federação.

  • falta de professores em varias disciplinas = alunos sem aulas (180 professores deixando + d 600 alunos …)
  • licitações para melhoria da infraestrutura de escolas suspensas pela justiça por falhas no processo licitatório (nem lí)
  • mobiliário sendo trocado para maior conforto dos alunos após o início das aulas (para alunos e pais verem que o novo governo esta trabalhando?)
  • concurso para tutor presencial em cursos de letras (tipo do curso que rola muito bem a distância, né?) com salario menor que qualquer outra atividade profissional.
  • Equipe de governo se reunindo para discutir entre outros assuntos, a educação,  após o inicio do ano letivo (para ter cobertura da mídia?)
  • 3 alunos atropelados no primeiro dia de aula
  • e uma pesquisa interessante:  Você incentivaria seu filho a ser professor?

No meio de tudo isto, eu começo a ler uma entrevista de 1987 com um maluco chamado Noam Chomski (alguém desconhece?) onde ele navega com fluência e habilidade nos oceanos da politica, sociedade e linguistica. Nesta leitura, o paragrafo abaixo, que  deixo para que os colegas reflitam e associem com os temas anteriores, meio que direciona a causa de muitas de nossas preocupações.

The professional guild structure in the social sciences, I think, has often served as a marvelous device for protecting them from insight and understanding, for filtering out people who raise unacceptable questions, for limiting reseach — not by force, but by all sorts of more subtle means — to questions that are not threatening.

Tentativa de tradução: A estrutura política (de poder – profissional) nas ciências sociais, eu acho que, muitas vezes tem servido como um dispositivo maravilhoso para protegê-los de qualquer diferente percepção ou compreensão, para filtrar/evitar as pessoas que levantam questões inaceitáveis, para limitar possibilidades de mudança – não pela força, mas por todos os tipos de meios mais sutis – para questões que não são ameaçadoras.

Participe da discussão no twitter #eadsunday e nas postagens do blog do João Mattar abaixo e vamos ampliando a discussão sobre os problemas e soluções:

Categorias:EaD
  1. Thbeth
    08/02/2011 às 8:59 pm

    amei essa do ENTEAD (o), e olha que eu bem que procurei para enviar um trabalhinho rsrsrs

  2. 08/02/2011 às 11:02 pm

    Sobre políticas públicas…entendo que são ações da sociedade civil organizada em torno de objetivos comuns e que não precisam envolver políticos e partidos, ou que pelo menos o controle das ações não está no seu campo de poder.
    Direitos civis, protagonismo juvenil, enfrentamento da violência, qualidade na escola, são coisas que andam muito mais quando as pessoas normais (nós) se reunem e começam a agir do que quando se espera por decretos lentos, morosos e que nunca vem…ou quando chegam, chegam tão deformados que não servem para mais nada.

    É um certo desencanto fruto da idade? Sim é provável.

    Isso não quer dizer que eu não possa participar de um projeto de governo, só quer dizer que hoje, quando entro num projeto destes tento não deixar a esperança tomar conta, para não sofrer demais depois. Gato escaldado tem medo de água fria.

    abs
    Daisy

  3. btrautwein
    09/02/2011 às 1:55 pm

    Ola Daisy, apesar de resistir sempre, quanto mais atuamos, maior é o desencanto. O negócio é, apesar de sabe-lo, mante-lo em uma canto!
    A provocação que o termo “The professional guild structure” do Chomsky me traz é que esta guild structure, em alguma parte da ação civil organizada, emerge e passa a fazer parte de um processo de alienação da realidade motivadora das ações. DESENCANTO lá pro CANTO.

  1. 13/02/2011 às 5:10 pm

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